A promotoria britânica defendeu, nesta quinta-feira (30), a severidade das sentenças de prisão impostas a dezesseis ativistas da organização ambiental Just Stop Oil, que foram contestadas no Tribunal de Apelação de Londres, enfatizando a natureza "perigosa" de suas ações.
Centenas de pessoas compareceram para demonstrar seu apoio aos ambientalistas, sentando-se em silêncio por quase uma hora e meia em frente ao tribunal, algumas carregando retratos de ativistas presos em diferentes países.
Os dezesseis ativistas foram condenados em 2024 a penas de prisão entre quinze meses e cinco anos por várias ações, incluindo o bloqueio de uma rodovia e o lançamento de sopa em Londres em uma pintura da série "Girassóis" de Vincent Van Gogh para denunciar a inação política em relação às mudanças climáticas.
No segundo e último dia da audiência de apelação, um representante da promotoria argumentou que "os juízes fizeram a coisa certa" com as sentenças impostas, considerando que os ativistas haviam "excedido os limites da razoabilidade".
De acordo com o representante da promotoria, algumas de suas ações colocaram o público e eles próprios em "perigo extremo".
A decisão do Tribunal de Apelação ocorrerá em uma data posterior, que não foi anunciada.
Na quarta-feira, o advogado de defesa dos ambientalistas argumentou perante o juiz que as ações dos réus eram "do interesse das gerações futuras".
Essas sentenças "são as mais altas de seu tipo na história moderna do Reino Unido", disse o advogado de defesa.
"O que eles fizeram, como parte de uma ação coletiva e não violenta, quer gostemos ou não, foi do interesse das pessoas, do planeta e das gerações futuras", acrescentou, e 'eles fizeram isso com espírito de sacrifício'.
A Just Stop Oil é conhecida por suas ações espetaculares em museus, eventos esportivos e shows e pede o fim da exploração de combustíveis fósseis até 2030.
Na terça-feira, dois outros ativistas foram presos por interromperem uma apresentação de uma peça de William Shakespeare em Londres, com a participação da atriz norte-americana Sigourney Weaver.
* AFP