O Ministério Público do Chile afirmou, nesta quinta-feira (23), que uma testemunha-chave na investigação do país sobre o assassinato do ex-soldado dissidente venezuelano Ronald Ojeda acusou Diosdado Cabello, ministro do Interior do governo de Nicolás Maduro, de ser responsável pelo homicídio.
"Há três pessoas que testemunham na investigação que atribuem a ordem a autoridades do governo venezuelano, e pelo menos uma, cuja identidade é reservada, afirmaria que a ordem partiu do senhor Diosdado Cabello", disse o promotor Angel Valencia em entrevista com a Rádio T13.
O ex-tenente Ojeda, de 32 anos, foi sequestrado em 21 de fevereiro de 2024 por pessoas que se passaram por policiais chilenos e o tiraram de seu apartamento de madrugada vestindo apenas roupas íntimas.
Nove dias depois, seu corpo foi encontrado dentro de uma mala que havia sido enterrada em um bairro da capital, Santiago.
O MP chileno apontou para a motivação política do assassinato, mas evitou responsabilizar diretamente o governo venezuelano.
O ex-militar não tinha vínculo aparente com o crime organizado e exercia atividades legais no Chile, que lhe concedeu refúgio após fugir de uma prisão venezuelana, acusado de conspiração.
Em suas redes sociais, ele se autodenominou "preso político".
A Justiça chilena já denunciou duas pessoas pelo assassinato de Ojeda, entre elas Maickel Villegas Rodríguez, que foi capturado na Costa Rica e extraditado para o Chile em novembro de 2024.
Após uma operação policial realizada na quarta-feira para desmantelar uma célula da quadrilha criminosa venezuelana "Tren de Aragua", outro grupo de pessoas que também teria participado do crime de Ojeda foi identificado.
"Poderemos atribuir a participação direta a um grupo de 16 sujeitos participantes que tiveram diferentes intervenções no homicídio de Ronald Ojeda, desde sujeitos de apoio logístico até sujeitos que participaram diretamente do enterro", acrescentou Valencia.
axl/pa /llu/mar/aa/mvv
* AFP