O México pediu ao Google que inclua em seu motor de busca os mapas da "América mexicana", como era denominado o norte do continente no século XVII, após a plataforma aceitar mudar o nome do Golfo do México por solicitação do presidente Donald Trump.
O governo mexicano fez o pedido ao Google por meio de uma carta divulgada nesta quinta-feira (30) pela presidente Claudia Sheinbaum, na qual fez observações sobre a mudança de nome do Golfo do México para "Golfo da América".
"No final, pedimos (ao Google) que quando se coloque no buscador 'América mexicana', apareça o mapa que apresentamos em alguma ocasião", disse a mandatária de esquerda em sua habitual coletiva de imprensa.
Após Trump reivindicar que o Golfo compartilhado por México, Cuba e Estados Unidos deveria ser chamado de "Golfo da América", Sheinbaum, acompanhada de historiadores, apresentou mapas do século XVII nos quais a região norte do continente aparecia como uma entidade única denominada "América mexicana".
Em sua carta, o governo mexicano afirma que, se o Google mudar o nome do Golfo, isso deverá ocorrer apenas em seus servidores nos Estados Unidos e em relação à plataforma continental daquele país.
Sheinbaum enfatizou que o decreto de Trump "tem efeito" dentro dos Estados Unidos, pois o Golfo do México é uma "denominação aceita e registrada historicamente" pela Organização Hidrográfica Internacional, da qual ambos os países fazem parte.
O gigante da internet informou na última segunda-feira que o nome "Golfo da América" aparecerá em seus servidores nos Estados Unidos e que o Denali, o pico mais alto da América do Norte, voltará a ser chamado de Monte McKinley, cumprindo os decretos de Trump.
De acordo com sua prática de citar informações oficiais, a mudança ocorrerá quando o Sistema de Informação de Nomes Geográficos dos Estados Unidos fizer as modificações, o que ainda não havia ocorrido até o meio-dia desta quinta-feira.
* AFP