"Estamos vivendo um período inquietante", admitiu nesta segunda-feira (27) à AFP a ministra de Comércio e Justiça da Groenlândia, um território autônomo dinamarquês que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou querer anexar.
Segundo Naaja Nathanielsen, os groenlandeses estão "inquietos e preocupados" com os comentários de Trump, que expressou interesse em anexar a ilha aos Estados Unidos, embora não tenha especificado como isso seria feito.
"Como governo, nossa tarefa é não entrar em pânico e determinar quais são as verdadeiras demandas", afirmou a ministra.
"Se for sobre a presença militar, os Estados Unidos estão aqui há 80 anos, e não nos opomos a isso. Se for sobre os minerais, o mercado está aberto", declarou.
Mas "se for sobre expansionismo, somos uma democracia, somos aliados e pedimos aos nossos aliados que respeitem nossas instituições", destacou.
A Groenlândia não está à venda, reiterou várias vezes o primeiro-ministro, Mute Egede, mas está "aberta aos negócios".
A ilha busca maior soberania em relação a Copenhague, que controla sua política externa e de segurança, sua moeda e sua defesa, mas mantém um "bom diálogo" com a Dinamarca, segundo a ministra.
A Groenlândia possui importantes reservas minerais e petrolíferas ainda não exploradas, embora o acesso a elas pareça difícil.
* AFP