O governo espanhol cobrirá o custo da reconstrução de escolas, bibliotecas e outros prédios municipais danificados pelas trágicas enchentes de outubro passado, anunciou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, nesta quinta-feira (23), em uma visita à região atingida de Valência.
Inicialmente, o governo disse que pagaria 50% dos 1,7 bilhão de euros (valor em 10,6 bilhões de reais na cotação atual) estimados, mas agora aumentou esse valor para 100%, disse Sánchez após se reunir com os prefeitos dos municípios mais afetados em Valência, onde quase todas as 232 pessoas morreram.
"Estamos falando de quase cem centros administrativos, mais ou menos 45 creches, 58 bibliotecas, 55 centros esportivos, 40 centros diurnos, 16 mercados e feiras e muitas outras infraestruturas danificadas" pelas enchentes, disse o líder socialista.
O governo também pagará os 500 milhões de euros (valor em 2,9 bilhões de reais na cotação atual) necessários para reparar a infraestrutura de tratamento, abastecimento e saneamento de água, disse Sánchez.
No total, o governo prometeu colocar 16,6 bilhões de euros (valor em 98,5 bilhões de reais na cotação atual) em ajuda e empréstimos à disposição das vítimas e das empresas afetadas.
Essa foi a primeira viagem do primeiro-ministro a Valência desde uma visita muito tensa em 3 de novembro, acompanhado pelo rei da Espanha Felipe VI, pela rainha Letizia e pelo presidente da região de Valência, o conservador Carlos Mazón.
A visita, apenas cinco dias após as chuvas que causaram deslizamentos de terra, ocorreu em uma atmosfera de enorme tensão e as autoridades foram recebidas com insultos e gritos de "assassinos" e o lançamento de lama, paus e outros objetos, em imagens que deram a volta ao mundo.
Sánchez foi retirado e Mazón foi embora logo depois, mas a realeza, com suas roupas e rostos manchados de lama, conseguiram conversar com algumas pessoas antes de irem embora.
* AFP