O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu indulto a cinco pessoas, incluindo o falecido ativista dos direitos civis Marcus Garvey, informou a Casa Branca neste domingo (19), poucas horas antes de ele entregar a Casa Branca ao republicano Donald Trump.
Garvey, que morreu em 1940, foi um escritor e palestrante nascido na Jamaica, considerado por alguns como um profeta rastafári que defendia o retorno da diáspora africana ao continente e sua recuperação dos colonizadores europeus.
Ele foi condenado por fraude postal nos Estados Unidos e sentenciado a cinco anos de prisão, mas a sentença foi comutada pelo presidente Calvin Coolidge e ele foi posteriormente deportado para a Jamaica.
O ícone dos direitos humanos Martin Luther King Jr. chamou Garvey de "o primeiro homem negro na história americana a liderar e desenvolver um movimento de massa", lembrou a Casa Branca em um comunicado.
Garvey "criou a Black Star Line, a primeira empresa de navegação e método de viagem internacional de propriedade negra, e fundou a Universal Negro Improvement Association, que exaltou a história e a cultura africanas", disse o comunicado.
"Defensores dos direitos civis e legisladores elogiam sua defesa e impacto global, e destacam a injustiça subjacente à sua condenação criminal", ressaltou.
Garvey se tornou uma figura inspiradora para os rastafáris, incluindo o ícone do reggae Bob Marley, e influenciou muito sua música, o que por sua vez fez o movimento se tornar internacional.
Biden também perdoou o defensor da prevenção da violência armada Darryl Chambers, o defensor dos imigrantes Ravi Ragbir, o legislador do estado da Virgínia Don Scott e o defensor da justiça criminal Kemba Smith Pradia, todos condenados por crimes não violentos, disse a Casa Branca.
Esta foi a última de uma série de indultos concedidos por Biden em seus últimos dias no cargo, incluindo a comutação das sentenças de quase 1.500 pessoas em um dia em dezembro e o controverso perdão de seu filho, Hunter, que enfrenta problemas judiciais.
* AFP