O Ministério da Saúde do Líbano anunciou, nesta terça-feira (28), que 24 pessoas ficaram feridas em dois bombardeios israelenses no sul do país, apesar da trégua em vigor desde o final de novembro com Israel.
Israel afirmou que os ataques foram direcionados contra dois veículos que transportavam armas do movimento libanês pró-iraniano Hezbollah, que esteve em guerra com o país do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nos últimos meses.
A agência oficial libanesa, NNA, informou que um "drone inimigo israelense" realizou um "bombardeio com um míssil guiado" contra um pequeno caminhão que "transportava vegetais" perto da cidade de Nabatieh, a cerca de 10 km da fronteira com Israel.
Ao menos 20 pessoas ficaram feridas no ataque, informou o Ministério da Saúde libanês. Outras quatro ficaram feridas em um segundo bombardeio que, segundo a NNA, atingiu uma "estrada" a dois quilômetros dali.
O porta-voz do exército israelense, Avichay Andraee, afirmou que as forças armadas atingiram um caminhão e outro veículo do Hezbollah que transportavam "armas".
O Exército israelense está "decidido", segundo ele, "a agir de acordo com os acordos concluídos entre Israel e Líbano, apesar das tentativas do Hezbollah de retornar ao sul do Líbano, e agirá para eliminar qualquer ameaça contra o Estado de Israel e seus cidadãos", escreveu na rede social X.
O primeiro-ministro libanês, Nayib Mikati, condenou os dois ataques e denunciou uma "nova violação da soberania libanesa e uma flagrante violação do acordo de cessar-fogo", conforme um comunicado de seu gabinete.
O Exército israelense deveria ter se retirado do sul do Líbano no dia 26 de janeiro, após o acordo de trégua concluído em 27 de novembro com o Hezbollah, aliado do movimento islamista palestino Hamas, que governa Gaza.
No entanto, as forças israelenses não o fizeram, alegando que o Líbano não cumpriu sua parte do acordo.
Após uma mediação dos Estados Unidos, o Líbano concordou em adiar a retirada para o dia 18 de fevereiro.
A guerra entre Israel e Hezbollah, que eclodiu em outubro de 2023, deixou mais de 4 mil mortos no Líbano e obrigou 900 mil libaneses a fugirem de casa, segundo as autoridades.
* AFP