O ex-ministro venezuelano do Petróleo Pedro Tellechea foi preso acusado de vínculos com uma "empresa controlada pelos serviços de Inteligência" dos Estados Unidos, informou o Ministério Público (MP) nesta segunda-feira (21).
Tellechea, que foi ministro do Petróleo e presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) até agosto, foi preso na madrugada de domingo ao lado de "seus mais imediatos colaboradores" por, entre outras causas, "a entrega" do sistema de controle automatizado da PDVSA "a uma empresa controlada pelos serviços de Inteligência dos EUA", segundo um comunicado do MP.
O documento não menciona outros nomes.
Tellechea, um militar de 48 anos, assumiu o cargo de ministro do Petróleo em março de 2023 com a promessa de "limpar" este setor depois de um escândalo de corrupção que acabou com o seu antecessor, o preso Tareck El Aissami, que segundo estimativas custou ao país caribenho cerca de 17 bilhões de dólares (96,3 bilhões de reais na cotação atual).
O detido foi nomeado presidente da PDVSA em janeiro de 2023.
El Aissami não foi um caso isolado nas investigações de corrupção relacionadas com o petróleo, vital para a economia venezuelana. Rafael Ramírez, ministro do Petróleo entre 2002 e 2014 e ex-presidente da PDVSA de 2004 a 2014, está foragido na Itália, enquanto Eulogio del Pino e Nelson Martínez, que também ocuparam estes dois cargos, foram presos. Martínez morreu na prisão.
Tellechea, após deixar o Ministério do Petróleo em agosto, foi nomeado ministro da Indústria. Sua sucessora na pasta foi a vice-presidente Delcy Rodríguez.
Na sexta-feira passada, o presidente Nicolás Maduro nomeou o empresário colombiano Alex Saab - acusado de ser "laranja" do presidente de esquerda e libertado pelos Estados Unidos em dezembro passado em uma troca de prisioneiros - como novo ministro da Indústria.
Nas redes sociais, Tellechea havia dito que renunciou devido a "problemas de saúde" que exigem sua "atenção imediata".
* AFP