O Partido Conservador Britânico retirou, nesta terça-feira (25), seu apoio a dois de seus candidatos nas eleições de 4 de julho, que, assim como vários policiais, foram envolvidos em um escândalo de apostas fraudulentas na data das eleições.
Durante várias semanas, a comissão encarregada de regulamentar as apostas suspeitou que algumas pessoas se aproveitaram de informações privilegiadas devido à sua proximidade com o primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, para apostar na data das eleições.
Sunak anunciou, em 22 de maio, que as eleições serão realizadas em 4 de julho, quando eram esperadas para o segundo semestre do ano, e nas quais os conservadores são vistos como claros perdedores em relação aos trabalhistas.
Os dois candidatos, que ainda podem concorrer às eleições, embora sem o apoio dos conservadores, são Craig Williams, deputado e conselheiro de Rishi Sunak, e Laura Saunders, casada com o gerente de campanha do partido, Tony Lee, também suspeito.
Acusado durante dias, até mesmo em seu próprio campo, de falta de firmeza, Rishi Sunak finalmente anunciou na terça-feira que os dois candidatos não têm mais o apoio do partido.
"Como resultado da investigação interna em andamento, chegamos à conclusão de que não podemos mais apoiar Craig Williams e Laura Saunders como candidatos", disse um porta-voz do Partido Conservador.
O líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, criticou a demora na decisão do primeiro-ministro. "Por que ela não foi tomada há uma semana?", disse ele.
O Partido Trabalhista anunciou pouco depois a retirada do apoio a um de seus candidatos, Kevin Craig, por ter sido informado pela comissão que era alvo de uma investigação.
O partido de Starmer não especificou o motivo da investigação, mas a Sky News e a BBC informaram que Craig fez uma aposta sobre o resultado de seu cargo nas eleições e não sobre as datas das mesmas.
O escândalo teve outro novo capítulo nesta terça-feira, quando a comissão reguladora repassou à polícia de Londres os nomes de cinco policiais que haviam feito apostas sobre a data da eleição.
Os policiais sob investigação trabalham em diferentes serviços, particularmente no grupo de proteção diplomática e parlamentar, mas "nenhum deles está em um posto de escolta", disse um porta-voz da polícia.
Um policial da unidade encarregada de escoltar figuras políticas já havia sido preso na semana passada e depois liberado em liberdade condicional.
* AFP