Após dois anos de guerra contra a Rússia, a confiança dos ucranianos em seu presidente Volodimir Zelensky caiu para menos de 60%, segundo uma pesquisa publicada nesta sexta-feira.
Zelensky enfrentou vários desafios no último ano, incluindo o fracasso de uma contraofensiva, intensos debates sobre as normas de mobilização e escândalos de corrupção em altas esferas do governo.
A confiança no presidente de 46 anos aumentou para 90% em maio de 2022, após o início da invasão russa em fevereiro, mas em maio de 2024 ano caiu para 59%, segundo o Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, o KIIS em sua sigla em inglês.
O presidente ucraniano "mantém sua legitimidade aos olhos da sociedade ucraniana e a maioria dos ucranianos continua confiando nele", esclareceu Anton Hrushetsky, diretor-executivo do KIIS, no comunicado.
"No entanto, a tendência decrescente persiste. Como se observa nos resultados, nomeações para cargos oficiais e problemas de equidade [especialmente na luta contra a corrupção ou na distribuição mais justa do peso da guerra], são as principais críticas", acrescenta o instituto.
Zelensky, que já foi ator, foi eleito presidente do país em 2019. Seu mandato de cinco anos terminou no mês passado, mas foi prorrogado indefinidamente devido à guerra.
O chefe de Estado ucraniano anunciou que "está preparado" para realizar eleições se necessário, às quais se opõe "entre 70 e 80%" da população, segundo o KIIS.
As autoridades nacionais decidiram não organizar novas eleições, já que a Rússia controla cerca de 20% do país e milhões de ucranianos se refugiaram no exterior.
O presidente russo, Vladimir Putin, reeleito em março para um quinto mandato e acusado de fraude eleitoral, afirmou várias vezes que não considera Zelensky presidente legítimo da Ucrânia.
* AFP