A classe política francesa reagiu com demonstrações de apoio e indiferença ao apelo do capitão da seleção de futebol do país, Kylian Mbappé, para votar contra o "extremismo" nas eleições legislativas.
"Estamos em um momento crucial na história do país. Estamos em uma situação sem precedentes. (...) Faço um apelo aos jovens para votarem. Vemos que o extremismo está às portas do poder", disse a estrela francesa no domingo (16).
Da Alemanha, onde a seleção disputa a Eurocopa, o atacante defendeu o seu companheiro de equipe Marcus Thuram, que no sábado havia pedido o voto contra a extrema direita nas eleições legislativas.
"Kylian falou ontem de forma absolutamente exemplar, com as suas palavras. Queria dirigir-se à juventude em um momento completamente inédito e decisivo para o futuro", disse a Ministra de Esportes, Amélie Oudéa-Castéra.
As pesquisas estimam uma vitória do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) nas eleições legislativas antecipadas pelo presidente centrista Emmanuel Macron para os dias 30 de junho e 7 de julho.
Os principais líderes do RN, Marine Le Pen e Jordan Bardella, não reagiram à declaração de Mbappé, que provocaram críticas de outros membros da legenda.
- Desconectado da realidade -
"Não espero que as pessoas desconectadas da realidade deem lições aos franceses", disse o vice-presidente do RN, Sébastien Chenu, que pediu "moderação" à Mbappé na rádio France Inter.
Outro dirigente ultradireitista, Laurent Jacobelli, declarou que ele e seu partido não se sentiam "preocupados" pela palavra 'extremo'" e, em vez disso, acusaram a aliança de Macron e a oposição de esquerda de "dividir" os franceses.
O partido A França Insubmissa (LFI, esquerda radical), que concorre junto com outras forças de esquerda na Nova Frente Popular e que Macron também considera "extremo" como o RN, não se considera parte das críticas do jogador.
"Não quero colocar palavras na boca dele", disse Manuel Bompard, líder da LFI, à Franceinfo, garantindo que não se sentiu "de forma alguma" abordado pelas palavras do atleta e acusando Macron de divisão.
O atacante recém-contratado pelo Real Madrid foi apoiado pelo ex-jogador francês Thierry Henry.
O atual treinador da seleção olímpica da França concordou que "há algo importante, que é criar uma barreira aos extremos indo votar". "Portanto, votem!", insistiu a lenda do Arsenal e ex-jogador do Barcelona.
* AFP