Os nove membros do partido de extrema direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) foram excluídos nesta quinta-feira (23) do Grupo Identidade e Democracia (ID) no Parlamento Europeu após escândalos envolvendo uma figura importante, anunciaram membros do grupo parlamentar.
A extrema direita no Parlamento Europeu está dividida em dois blocos: o grupo pró-UE Conservadores e Reformistas (ECR) e o Grupo ID.
"O grupo ID não quer mais ser associado aos incidentes envolvendo Maximilian Krah, chefe da lista da AfD para as eleições europeias", disse a Lega italiana, que representa o maior grupo de legisladores da bancada de extrema direita, em um comunicado.
As "declarações inadmissíveis" de Maximilian Krah "em nossa opinião comprometem a AfD", disse à AFP o deputado francês Jean Paul Garraud, do Reagrupamento Nacional (RN).
Os comentários de Krah ao jornal italiano La Reppublica foram o estopim do debate, pois Krah afirmou que um membro da organização nazista SS "não é automaticamente um criminoso".
Isso fez com que o principal partido de extrema direita da França, o RN, anunciasse que não formará mais um grupo com o AfD no Parlamento Europeu.
"A última coisa que precisamos agora é de um debate sobre mim (...). É por isso que estou renunciando a partir de hoje a fazer qualquer aparição na campanha eleitoral e estou renunciando ao meu cargo de membro do gabinete federal", escreveu Krah no site de rede social X na quarta-feira.
No entanto, ele continuará sendo o líder da lista da AfD para as eleições europeias, já que é tarde demais para substituí-lo.
Na verdade, essa não é a primeira vez que Krah causa polêmica. Nas últimas semanas, ele se envolveu em vários escândalos.
O Judiciário alemão abriu uma investigação preliminar sobre suspeitas de financiamento russo e chinês.
Além disso, um de seus assistentes no Parlamento Europeu foi preso em abril, acusado de ser um agente chinês.
A AfD está com 15% das intenções de voto para as eleições europeias, oscilando entre o segundo e o terceiro lugar, depois de atingir 23% no final de 2023.
Mas continua em um nível melhor do que nas eleições de 2019, quando obteve 11% dos votos.
* AFP