Os huthis ameaçaram nesta sexta-feira (31) intensificar seus ataques a embarcações que navegarem nas costas do Iêmen, depois que, segundo um canal de televisão dos rebeldes, 16 pessoas morreram em bombardeios dos Estados Unidos e do Reino Unido contra suas instalações.
"A agressão americano-britânica não nos impedirá de continuar as nossas operações militares", declarou Mohamed Al Bukhaiti, membro do gabinete político do movimento na rede social X, prometendo "responder à escalada com escalada".
Segundo um novo balanço divulgado pela emissora Al Masira, pelo menos 16 pessoas morreram e 35 ficaram feridas nos bombardeios noturnos lançados por Washington e Londres. Não foi especificado se as vítimas eram civis ou combatentes huthis.
Um balanço inicial havia relatado 14 mortes.
Segundo o Ministério da Defesa britânico, seus aviões realizaram "uma operação conjunta com as forças dos EUA contra as instalações militares huthis para enfraquecer sua capacidade de continuar seus ataques à navegação internacional no Mar Vermelho e no Golfo de Áden".
Desde novembro, os huthis atacam navios nestas regiões, alegando solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, onde Israel está em guerra com o movimento islamista Hamas desde 7 de outubro.
Segundo a Al Masira, os atentados também atingiram um edifício de uma emissora de rádio em Hodeida, na costa do Iêmen, e infraestruturas de telecomunicações na cidade de Taiz.
Testemunhas ouviram bombardeios durante a noite em vários setores controlados pelos rebeldes. Jornalistas da AFP ouviram fortes explosões durante a noite em Hodeida e na capital Sanaa.
O Hamas, os rebeldes huthis do Iêmen e o movimento islamista libanês Hezbollah fazem parte do "eixo da resistência", que reúne movimentos armados hostis a Israel e aos Estados Unidos, apoiados pelo Irã.
Em dezembro, os Estados Unidos, aliado de Israel, criaram uma força multinacional para proteger a navegação no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma área estratégica para o comércio global, e em janeiro, com a ajuda do Reino Unido, lançaram seus primeiros ataques ao Iêmen.
Mas estes ataques não detiveram os huthis, que controlam grandes áreas do país e que agora ameaçam atacar também todos os navios americanos e britânicos.
* AFP