A polícia russa deteve pelo menos 20 jornalistas, brevemente, neste sábado (3), durante uma manifestação na Praça Vermelha de Moscou, organizada por esposas de soldados que combatem na Ucrânia e que exigem o retorno de seus maridos.
Um cinegrafista da AFP, detido durante o protesto, indicou que, entre 20 e 25 jornalistas, incluindo repórteres estrangeiros, estavam com ele em um furgão, a caminho de uma delegacia de polícia na capital russa.
Cerca de três horas depois, todos foram liberados, com uma advertência do Ministério russo do Interior, segundo o cinegrafista da AFP.
Entre os detidos estavam vários repórteres de veículos de comunicação estrangeiros, como a agência de notícias americana AP, o holandês NOS e a revista alemã Spiegel.
Neste sábado, 50 mulheres se reuniram e depositaram flores no túmulo do soldado desconhecido junto aos muros do Kremlin, perto da Praça Vermelha, relatou o cinegrafista da AFP.
De acordo com o veículo de comunicação independente Sota Vision, também foram detidas pessoas que protestavam manifestavam, contra a mobilização militar, em frente à sede de campanha do presidente Vladimir Putin.
Mais cedo nesta manhã, a Promotoria de Moscou advertiu no Telegram sobre as consequências judiciais contra aqueles que participam de "manifestações não autorizadas".
Há várias semanas, mulheres de soldados mobilizados na Ucrânia se reúnem na Praça Vermelha, em frente ao Kremlin, para exigir o regresso de seus maridos, depois da operação russa lançada na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Esse é um tema delicado para as autoridades, que até agora se abstiveram de reprimir o nascente movimento de protesto.
Em geral, a imprensa russa não cobre esses protestos, e o Kremlin tenta a todo custo exibir uma imagem de unidade em torno do presidente Vladimir Putin, sobretudo, às vésperas da eleição presidencial de março de 2024. A vitória de Putin é, praticamente, dada como certa.
De acordo com o presidente russo, 244.000 soldados combatem, hoje, na Ucrânia, de um contingente total de 617.000 soldados.
* AFP