Israel tem uma "oportunidade extraordinária" para acabar com o ciclo de violência já que quase todos os países árabes são favoráveis a normalizar as relações com a nação judaica, afirmou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, neste sábado (17).
"Existe uma oportunidade extraordinária para Israel nos próximos meses de pôr fim, de uma vez por todas, a este ciclo" de violência, declarou Blinken na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
"Praticamente todos os países árabes querem agora integrar Israel à região, normalizar suas relações, se não o fizeram ainda, e oferecer garantias e compromissos de segurança para que Israel se sinta mais seguro", ressaltou.
As declarações de Blinken chegam na esteira do anúncio de Israel de uma ofensiva iminente contra Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, para eliminar os combatentes do Hamas.
A cidade, na fronteira fechada com o Egito, abriga mais de um milhão de deslocados palestinos que superlotam acampamentos precários.
Israel prometeu "aniquilar" o Hamas depois que o movimento islamista atacou seu território em 7 de outubro, mas não menciona abertamente o futuro que espera de Gaza após a guerra.
"Há atualmente esforços autênticos [...] para reformar a Autoridade Palestina", que governa na Cisjordânia ocupada, com o objetivo de que seja um "melhor parceiro para o futuro", assegurou o secretário de Estado americano, enfatizando a necessidade de criar um Estado palestino.
Os Estados Unidos, ao lado de Catar e Egito, tentam obter um cessar-fogo na guerra que começou em outubro.
Os negociadores buscam a libertação dos reféns que continuam retidos em Gaza e a entrada de mais ajuda humanitária ao pequeno e estreito território sitiado.
Em Munique, Blinken se reuniu, entre outros, com o presidente israelense Isaac Herzog, que reconheceu a existência de "oportunidades" que deveriam "ser estudadas em profundidade".
Contudo, Herzog assinalou que a segurança de Israel deve ser garantida em primeiro lugar, e com esse objetivo "devemos terminar o trabalho de erradicar infraestruturas de base do Hamas".
* AFP