Especialistas em direitos humanos da ONU pediram, nesta segunda-feira (19), uma investigação independente sobre as alegações de violência, inclusive sexual, contra palestinos, que teria sido perpetrada por israelenses.
O comunicado dos sete especialistas independentes da ONU provocou uma forte reação de Israel, que qualificou suas afirmações como "desprezíveis e infundadas".
Os especialistas expressaram preocupação com "acusações críveis de violações flagrantes dos direitos humanos" contra palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Eles citam informações segundo as quais mulheres e meninas teriam sido "arbitrariamente executadas em Gaza, às vezes com membros de suas famílias, incluindo seus filhos".
"Estamos chocados com relatos que se referem a mulheres e crianças palestinas que foram deliberadamente atacadas e vítimas de execuções extrajudiciais" quando essas pessoas "buscavam abrigo ou fugiam", declararam.
Os especialistas independentes, que são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas não representam a ONU, apontam a "detenção arbitrária de centenas de mulheres e meninas palestinas", e especialmente de defensores dos direitos humanos, jornalistas e pessoal humanitário, desde o ataque sem precedentes do Hamas, em 7 de outubro, ao território israelense.
Essa incursão resultou na morte de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um cálculo da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Os bombardeios e a ofensiva terrestre subsequentes realizados por Israel em Gaza mataram pelo menos 29.092 pessoas, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do ministério da Saúde do Hamas.
Segundo especialistas da ONU, muitas pessoas detidas teriam sido submetidas a "tratamentos desumanos e degradantes".
Eles expressam preocupação com relatos que se referem a "múltiplas formas de agressão sexual", em particular estupros de pelo menos duas detidas, enquanto outras foram "despidas e revistadas por oficiais masculinos do exército israelense".
Pedem, portanto, uma "investigação independente, imparcial, rápida, profunda e eficaz" sobre essas acusações e instam Israel a cooperar.
A representação israelense na ONU em Genebra rejeitou as acusações e afirmou que os especialistas estavam "motivados por seu ódio por Israel e não pela verdade".
* AFP