"Cem dias e não há sinais do seu retorno", os israelenses expressaram neste domingo (14) sua solidariedade com os reféns retidos desde 7 de outubro em Gaza pelo movimento islamista palestino Hamas e seus aliados.
Sob o frio e a chuva, centenas de pessoas participaram de vários eventos organizados em Tel Aviv, onde, desde a véspera, milhares já se reuniram.
"Cem dias e eles ainda estão abandonados lá [...] Cem dias e não há sinais do seu retorno", lamentou Amit Zach, um designer que se juntou a uma multidão em Tel Aviv.
A guerra começou em 7 de outubro com o ataque de milicianos do Hamas em solo israelense a partir da Faixa de Gaza, resultando na morte de cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP com base em dados israelenses.
Naquele dia, os comandos do Hamas sequestraram cerca de 250 pessoas, levadas para a Faixa de Gaza, algumas delas feridas.
Durante o ataque, os milicianos islamistas também capturaram cerca de 250 pessoas, dos quais 132 ainda estão retidos em Gaza. Acredita-se que 25 deles tenham falecido, segundo as autoridades israelenses.
Desde então, a ausência dos reféns atormenta a sociedade israelense, e seus rostos estão por toda parte.
Para o governo israelense, a guerra em Gaza tem como objetivo "aniquilar" o Hamas e resgatar os reféns.
As operações militares israelenses causaram quase 24.000 mortes e mais de 60.000 feridos em Gaza, principalmente mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa este território palestino de 2,4 milhões de habitantes desde 2007.
- "Em túneis e porões" -
Entre as pessoas reunidas em Tel Aviv, alguns também expressam sua desaprovação ao governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Para Gili Dvash Yeshurun, a confiança está quebrada: "Não pensava que poderíamos nos encontrar nesta situação cem dias depois", diz essa moradora de Tel Aviv.
Artifex, o último DJ a se apresentar no festival Tribe of Nova, onde 364 participantes foram mortos pelos combatentes do Hamas em 7 de outubro, tocou de manhã para homenagear as vítimas.
Em outras partes do país, houve orações e cerimônias nas universidades. Em Jerusalém, os deputados soltaram balões em frente ao Parlamento.
A central sindical Histadrut afirmou que centenas de milhares de trabalhadores interromperam seu dia ao meio-dia em homenagem aos reféns.
"Até o último minuto, esperei que ocorresse um milagre e que não tivéssemos que estar aqui hoje", disse o presidente da central sindical, Arnon Bar David, em Tel Aviv.
É preciso "lembrar ao mundo inteiro" de que os reféns continuam detidos "em Gaza, em túneis e porões".
* AFP