A ONU instou Israel, nesta quinta-feira (28), a colocar "fim nos homicídios ilegais" sobre a população palestina na Cisjordânia ocupada, em um relatório que denuncia uma rápida deterioração nos direitos humanos nesta região.
"O uso de táticas militares e de armas em contextos de manutenção de ordem, o uso de uma força desnecessária e desproporcional e a aplicação de restrições à circulação amplas, arbitrárias e discriminatórias que afetam aos palestinos, são extremamente preocupantes", declarou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, em um comunicado.
"A intensidade da violência e da repressão não é vista há anos", acrescentou.
O relatório pede o fim imediato do uso de armamento e meios militares nas operações de manutenção de ordem, assim como o fim das prisões arbitrárias e dos maus-tratos aos palestinos. O texto também pede a suspensão das restrições à circulação de pessoas.
O documento é dedicado à situação dos direitos humanos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental entre 7 de outubro, data do sangrento ataque movimento islamista palestino Hamas em Israel, e 20 de novembro.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU indicou que entre 7 de outubro e 27 de dezembro, 300 palestinos, incluindo 79 crianças, morreram nestas regiões. Destas 300 pessoas, "as forças de segurança israelenses mataram pelo menos 291 pessoas e os colonos, oito", segundo a fonte, que não conseguiu confirmar sobre a morte de uma das vítimas.
Do início de 2023 até o dia do ataque do Hamas, militares israelenses já haviam matado 200 palestinos.
De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, os bombardeios israelenses desde 7 de outubro deixaram 21.320 mortos na Faixa de Gaza, incluindo 6.300 mulheres e 8.800 crianças.
Em Israel, o ataque do grupo islamista causou a morte de cerca de 1.140 israelenses, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades do país.
O movimento palestino também sequestrou quase 250 pessoas, das quais 129 continuam como reféns.
* AFP