O número de vítimas civis provocadas por minas terrestres aumentou no ano passado, devido principalmente ao uso deste tipo de armamento em Mianmar e na Ucrânia, afirma um relatório do Monitor de Minas Terrestres e Munições de Fragmentação.
O relatório destaca que no período documentado (2022 e primeiro semestre de 2023) os artefatos explosivos foram utilizados na Ucrânia, em Mianmar e na Rússia.
O estudo serve de base para o trabalho dos 133 países signatários da Convenção de Ottawa para a Proibição e Eliminação de Minas Terrestres, assinada pela Ucrânia, mas não por Mianmar e Rússia.
Segundo o relatório, 4.710 pessoas ficaram feridas ou morreram vítimas de minas e destroços de explosivos de guerra em 49 Estados e outros dois territórios no ano passado, contra 5.544 em 2021.
"O número de vítimas especificamente de minas terrestres aumentou pouco mais de 50%, passando de 414 vítimas de minas terrestres em 2021 para 628 em 2022", declarou à AFP Loren Persi, um dos participantes do estudo.
"Este aumento do número de vítimas de minas terrestres foi provocado principalmente pelo uso de minas em Mianmar", explicou.
O analista disse que não houve tempo suficiente para examinar os dados relativos à Ucrânia e isolar o número de vítimas de minas terrestres, mas destacou que foi registrado um "aumento expressivo de vítimas de todos os tipos na Ucrânia".
O relatório afirma que existem 60 países e outros territórios contaminados por minas terrestres, incluindo 33 Estados signatários da convenção que têm obrigações de limpeza de minas.
Pelo terceiro ano consecutivo a Síria, um país não signatário da convenção, foi a ação que registrou mais vítimas de minas terrestres ou de destroços de explosivos de guerra (834), seguida por Ucrânia (608), Iêmen e Mianmar, com mais de 500 vítimas cada em 2022.
O observatório afirma que os Estados não são os únicos a utilizar este tipo de explosivo.
Grupos armados não estatais usaram este tipo de mina em pelo menos cinco países no período examinado: Colômbia, Índia, Mianmar, Tailândia e Tunísia.
* AFP