O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu nesta quinta-feira (30) a Israel a criação de zonas "seguras" para os civis da Faixa de Gaza, caso a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, que controla o território, seja retomada.
Israel "deve por em prática planos que minimizem as mortes de palestinos inocentes" e "delimitar de forma clara e precisa zonas e lugares do sul e centro de Gaza onde possam estar seguros e fora da linha de fogo", declarou o chefe da diplomacia americana em Tel Aviv.
Proteger a população de Gaza significa evitar novos "deslocamentos importantes de civis" dentro do território palestino, assim como "danos a infraestruturas vitais ou críticas como hospitais, centrais elétricas e instalações de fornecimento de água", afirmou Blinken a poucas horas do fim da trégua, às 05h00 GMT (02h00 de Brasília) de sexta-feira.
Também "significa dar aos civis que foram deslocados para o sul de Gaza a opção de retornar ao norte assim que as condições permitirem", indicou, acrescentando que não deve haver "deslocamentos internos duradouros".
Blinken assegurou que Israel é "capaz de neutralizar a ameaça representada pelo Hamas minimizando os danos a homens, mulheres e crianças inocentes. E tem a obrigação de fazê-lo".
"Ressalto o imperativo dos Estados Unidos de que não se repita no sul a perda massiva de vidas civis e os deslocamentos da magnitude que vimos no norte de Gaza", acrescentou.
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque sangrento no sul de Israel que deixou 1.200 mortos, em sua maioria civis, e sequestrou cerca de 240 pessoas, segundo as autoridades israelenses.
Israel respondeu com uma ofensiva principalmente aérea e terrestre que, até o início da trégua em 24 de novembro, havia deixado mais de 15.000 mortos, também em sua maioria civis, na Faixa de Gaza, segundo o governo do Hamas.
A guerra, que teve como epicentro o norte da Faixa de Gaza, provocou o deslocamento para o sul de mais de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes deste pequeno território de 362 km².
* AFP