A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) ordenou, nesta quinta-feira (10), a mobilização de sua "força de reserva" contra os militares que tomaram o poder no Níger há duas semanas.
Uma cúpula regional em Abuja, capital da Nigéria, decidiu "ordenar o deslocamento da força de reserva da Cedeao para restaurar a ordem constitucional no Níger", informou o presidente do bloco, Omar Touray.
Por enquanto, são desconhecidos os efeitos desta decisão, adotada pelo bloco de 15 países.
O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, à frente da presidência rotativa da Cedeao, insistiu, no início da cúpula, na necessidade de "priorizar as negociações diplomáticas e o diálogo", sem excluir outras opções.
"Não descartamos nenhuma opção, inclusive o recurso da força. Se não o fizermos, ninguém o fará em nosso lugar", afirmou.
O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, lembrou que "a Cedeao já tinha intervindo em Libéria, Serra Leoa e Guiné Bissau", quando a ordem constitucional destes países se viu ameaçada.
"Hoje, o Níger vive uma situação parecida e quero lembrar que a Cedeao não pode aceitar isso", acrescentou.
Em seu primeiro encontro após o golpe de 26 de julho, os dirigentes da Cedeao deram um ultimato aos militares para restabelecer no poder, no mais tardar em 7 de agosto, o presidente deposto Mohamed Bazoum, sob pena de fazer uso da força.
Mas os militares nigerinos ignoraram o prazo e deram sinais de que tentam se consolidar no poder, nomeando um novo governo.
* AFP