Pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira (27) na Síria, na explosão de um artefato nas imediações do mausoléu de Sayeda Zeinab, um lugar de peregrinação xiita ao sul de Damasco, anunciou o Ministério do Interior.
A explosão aconteceu na véspera da festa anual da Ashura, a mais importante do islã xiita, quando seus fiéis marcam o martírio do imã Hussein, neto do profeta Maomé, em uma batalha no século VII.
O Ministério do Interior divulgou um balanço de seis mortos, segundo a agência estatal síria SANA, que revisou para cima outro divulgado previamente, de cinco mortos.
Mais de 20 pessoas ficaram feridas no ataque. Segundo o Ministério do Interior, trata-se de um atentado "terrorista" provocado pela explosão de uma motocicleta ao lado de um táxi.
Uma fonte do hospital Al Sadr, na região de Sayeda Zeinab, havia indicado previamente à AFP que dez feridos estavam internados no local, um deles em estado grave.
Por sua vez, a emissora de televisão estatal reportou que a explosão foi causada por "um artefato [...] colocado em um táxi por desconhecidos".
"Ouvimos uma enorme explosão, e as pessoas começaram a correr". Depois, "chegaram as ambulâncias e as forças de segurança isolaram o perímetro", contou à AFP Ibrahim, um trabalhador de 39 anos.
A explosão ocorreu "perto de um edifício do serviço de segurança [...] e a 600 metros do mausoléu de Sayeda Zeinab", detalhou.
Nos últimos dias, as autoridades reforçaram a segurança na região devido à proximidade da Ashura, que dura dez dias.
Na terça-feira, dois civis ficaram feridos na explosão de uma moto na mesma região, segundo a imprensa oficial, citando um responsável de segurança.
O complexo de Sayeda Zeinab, com sua mesquita de cerâmica turquesa e cúpula dourada de estilo iraniano, tem sido defendido desde o início da guerra na Síria em 2011 por milicianos xiitas, em particular libaneses e iraquianos, junto com o Exército do governo de Damasco.
Em fevereiro de 2016, um duplo atentado suicida reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico, a 400 metros do mausoléu, causou 134 mortes.
Semanas antes, o mesmo grupo sunita ultrarradical reivindicou a autoria de uma explosão tripla perto do santuário, que deixou pelo menos 70 mortos.
* AFP