Centenas de pessoas desafiaram as autoridades turcas neste domingo (25) e participaram da Parada do Orgulho LGBTQIA+, em Istambul, um mês depois das eleições marcadas pela polêmica campanha homofóbica do partido presidencial.
Com bandeiras de arco-íris, centenas de pessoas - cerca de 200 no bairro de Nisantasi, segundo um fotógrafo da AFP - marcharam pacificamente pela cidade.
A emblemática Praça Taksim, epicentro dos protestos em Istambul, foi isolada nesta manhã mas também não estava na rota da Parada.
Como todos os anos, a Marcha do Orgulho LGBTQIA+ (lésbicas, gays, trans, bissexuais, 'queer', intersexo e mais) havia sido proibida pelo governador da cidade.
No entanto, os manifestantes se reuniram algumas horas antes do início do desfile, em locais não informados até o último momento.
Os organizadores ficaram satisfeitos com esta "21ª Parada do Orgulho, apesar da proibição".
Segundo os organizadores, cerca de quarenta prisões foram feitas nos arredores das concentrações, mas nenhuma fonte oficial confirmou esse dado.
No ano passado, mais de 200 pessoas foram presas.
Desde a manifestação realizada em Istambul em 2014, na qual participaram mais de 100.000 pessoas, as Paradas do Orgulho começaram a ser gradualmente proibidas pelas autoridades turcas, que alegavam razões de segurança.
A homossexualidade, descriminalizada na Turquia desde meados do século 19, continua sendo atacada por metade da sociedade e muito criticada pelo partido no poder, o AKP, do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Durante a campanha que levou à sua reeleição, em 28 de maio, o presidente Erdogan estigmatizou o grupo LGTBQIA+, acusando-o de querer destruir a família tradicional.
* AFP