O Equador, que enfrenta o aumento da violência do narcotráfico, confiscou mais de 64 toneladas de drogas entre janeiro e abril, informou a polícia nesta terça-feira (2).
"Durante o mês de abril, tivemos uma importante produtividade, 995 pessoas presas por casos relacionados a drogas, assim como 18,5 toneladas" de drogas foram apreendidas, disse em coletiva de imprensa o general da polícia Pablo Ramírez, diretor nacional antidrogas.
Com isso, o país soma 64,6 toneladas de drogas apreendidas no decorrer do ano, assim como 4.099 pessoas presas por narcotráfico, esclareceu o chefe antinarcóticos.
A apreensão mais recente foi de 1,9 tonelada de cocaína, que estava escondida em um carregamento de bananas que ia sair do porto de Guayaquil tendo como destino a Suécia.
Essa cidade do sudeste do país é uma das mais atingidas pelo narcotráfico e pela violência que assolam o Equador, cuja posição no Pacífico é estratégica para o envio de drogas para os EUA e a Europa.
O aumento do tráfico de drogas e a violência criminal no Equador - localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína - levou o governo a impôr estados de exceção nas províncias e cidades mais afetadas.
As costeiras Santa Elena, Los Ríos e Esmeraldas estão sob emergência, assim como as cidades de Guayaquil, Durán e Samborondón.
A taxa de homicídios no país passou de 14 para 25 por 100.000 habitantes entre 2021 e 2022, segundo as autoridades.
Além disso, o presidente Guillermo Lasso classificou os grupos criminosos como terroristas, o que permite às Forças Armadas patrulhar as ruas junto da polícia.
O Executivo atribui a violência às disputas entre facções criminosas, que se enfrentam pelo poder e pelas rotas do tráfico de drogas.
Os confrontos deixaram um rastro de morte nas cadeias, onde mais de 420 presos foram assassinados, e nas ruas.
A última matança ocorreu no sábado, quando vários homens desceram de uma caminhonete e, sem dizer uma palavra, abriram fogo onde um grupo de pessoas assistia a uma partida de futebol. Dez pessoas morreram e três ficaram feridas, entre elas uma menina de cinco anos.
* AFP