O Irã reiterou nesta segunda-feira (13) que conseguiu um acordo de troca de prisioneiros com os Estados Unidos, um dia depois de o governo americano negar e classificar um primeiro anúncio como "mentira cruel".
O porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Nasser Kanani, disse que "existe um acordo escrito sobre a questão dos prisioneiros americanos" e que pode ser aplicado, se o lado americano encarar o assunto "de forma realista".
As negociações entre os Estados Unidos e a República Islâmica não acontecem de forma direta, mas por meio de mediadores.
Kanani disse que essas negociações levaram a um acordo há um ano.
"Em março de 2022, foi alcançado um acordo por escrito sobre esse assunto, que também foi assinado pelo representante oficial do governo dos EUA", disse ele.
Ele mencionou "um problema técnico do lado americano", além dos problemas políticos locais e de "campanhas políticas", que atrasaram a implementação do pacto.
No domingo, o Irã indicou que "está tudo pronto" para fazer uma troca de prisioneiros, o que os Estados Unidos negaram e descreveram como uma "mentira cruel".
"Nos últimos dias, chegamos a um acordo para a troca de prisioneiros entre o Irã e os Estados Unidos", declarou o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir-Abdollahian, em entrevista à televisão estatal IRINN.
"Se tudo correr bem do lado americano, acho que veremos a troca de prisioneiros em breve", concluiu.
O porta-voz da diplomacia dos EUA, Ned Price, rejeitou as declarações iranianas, dizendo que era "outra mentira particularmente cruel que só aumenta o sofrimento das famílias" dos detidos.
Pelo menos três americanos de origem iraniana estão presos na República Islâmica, incluindo o empresário Siamak Namazi, detido na prisão de Evin, em Teerã, desde 2015.
Ao menos 16 pessoas com passaportes ocidentais estão presas no Irã. Teerã não reconhece a dupla cidadania.
* AFP