Os presidentes do Irã, Ebrahim Raisi, e de Belarus, Alexander Lukashenko, anunciaram nesta segunda-feira (13) a intenção de estreitar as relações entre seus países, durante um encontro em Teerã no contexto da guerra na Ucrânia.
Lukashenko chegou ao Irã na noite de domingo para uma visita de dois dias e conversou com Raisi nesta segunda-feira, antes de assinar um projeto para desenvolver a cooperação nos campos político, econômico e cultural.
"Trinta anos depois do início das relações bilaterais (...), os dois países estão dispostos a aprofundar a cooperação", compartilhando "uma visão estratégica comum", anunciou Raisi no final do encontro.
Lukashenko disse ter observado, "com grande respeito, a perseverança com que o povo [iraniano] resiste às pressões externas, às tentativas de impor a vontade dos outros sobre eles".
"E vejo que, apesar de tudo, estão desenvolvendo tecnologias modernas e energia nuclear", acrescentou.
"Poderíamos ser muito úteis um para o outro se realmente juntássemos nossos esforços", disse ele.
Os dois líderes não mencionaram o conflito na Ucrânia em suas declarações.
Mais tarde, Lukashenko e sua delegação se reuniram com o guia supremo iraniano, o aiatolá Alí Khamenei, segundo a agência oficial Irna.
"Os países sancionados pelos Estados Unidos deveriam trabalhar juntos e formar um grupo para eliminar o sistema de sanções. E pensamos que isso pode ser feito", declarou Khamenei, citado pela Irna.
O Irã, principalmente por seu programa nuclear, e Belarus, por seu balanço em matéria de direitos humanos, estão submetidos a sanções americanas há anos.
Lukashenko é um aliado leal do presidente russo, Vladimir Putin, enquanto o Irã mantém relações estreitas com a Rússia, ao mesmo tempo em que afirma sua neutralidade na guerra.
Recentemente, Washington expressou preocupação com a escalada "perigosa" na cooperação militar entre Teerã e Moscou. O Irã é acusado de fornecer drones usados no conflito na Ucrânia, o que o país nega.
* AFP