O aeroporto de Aleppo, no norte da Síria, foi desativado nesta quarta-feira (22) depois que um ataque israelense teve como alvo um depósito de armas próximo pertencente a grupos pró-iranianos, disse uma ONG.
O Ministério da Defesa sírio informou que a ação contra o aeroporto da segunda maior cidade do país causou apenas danos materiais.
"Por volta das 03h55 (21h55 de terça, no horário de Brasília ), o inimigo israelense realizou um ataque aéreo com a ajuda de vários mísseis do Mediterrâneo, no oeste de Latakia, contra o aeroporto internacional de Aleppo", disse o ministério.
O Ministério dos Transportes anunciou que, devido aos danos na pista e em algumas instalações, "o aeroporto esteve fora de serviço até ao fim das operações de reparação". Todos os voos programados foram transferidos para os aeroportos de Damasco e Latakia, acrescentou.
Este aeroporto tem sido usado para desembarcar ajuda humanitária para as pessoas afetadas pelo forte terremoto que devastou o norte da Síria e várias regiões da Turquia em 6 de fevereiro.
Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), sediada no Reino Unido, mas com uma ampla rede de fontes na Síria, o ataque foi dirigido contra "o aeroporto e um depósito de armas próximo de grupos pró-iranianos".
Este depósito de armas "foi totalmente destruído", acrescentou o OSDH.
Grupos próximos ao Irã e seus aliados têm grande influência em Aleppo, onde ajudaram as forças do governo a retomar o controle total da cidade em dezembro de 2016, ao lado do exército russo.
É a segunda vez neste mês que o aeroporto de Aleppo é alvo de um ataque israelense. Em 7 de março, um bombardeio deixou três mortos e deixou a instalação fora de serviço, de acordo com o OSDH.
Desde o terremoto de fevereiro, que matou quase 6.000 pessoas na Síria, mais de 80 aviões carregados com ajuda humanitária aterrissaram neste aeroporto, segundo o Ministério dos Transportes do país.
Nos últimos anos, Israel realizou centenas de ataques aéreos sobre a Síria, contra posições do governo e de seus aliados pró-iranianos e do grupo libanês Hezbollah.
Embora raramente reconheça essas ações, Israel afirma que deseja impedir o estabelecimento de forças pró-iranianas no país vizinho.
* AFP