As sanções contra a Rússia após a invasão da Ucrânia têm um "efeito negativo muito significativo" na economia do país - afirmou a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, nesta quinta-feira (23).
"Na minha opinião, nossas sanções tiveram até agora um efeito negativo muito significativo na Rússia. A Rússia tem agora um déficit orçamentário significativo", declarou Yellen antes de uma reunião de ministros das Finanças do G20 na Índia.
Moscou "tem muitas dificuldades, devido às nossas sanções e aos nossos controles de exportação, para obter o material necessário para se reabastecer de munições e (...) reparar os 9.000 tanques que foram destruídos por causa da guerra", disse Yellen à imprensa em Bangalore (sul).
"O teto de preços que impusemos ao petróleo russo reduz, clara e significativamente, a receita da Rússia", insistiu.
Estados Unidos, União Europeia (UE) e seus aliados impuseram sanções drásticas contra a Rússia desde a invasão da Ucrânia, atingindo o mais alto nível do Estado russo, assim como sua indústria, bancos e setor petrolífero.
Em fevereiro, a UE impôs um teto para os preços dos produtos russos transportados por navio.
O presidente russo, Vladimir Putin, "achava que ia ganhar com um custo mínimo", mas, um ano depois, "a guerra de Putin é um fracasso estratégico para o Kremlin", acrescentou a secretária americana.
Yellen também afirmou que a economia mundial está "em uma situação melhor" que a projetada há alguns meses, após a pandemia da covid-19 e a invasão russa da Ucrânia.
"A economia mundial está em uma situação melhor do que muitos previram há alguns meses", destacou.
"No outono (hemisfério norte, primavera no Brasil), muitos estavam preocupados com uma forte desaceleração econômica em todo o mundo. Os desafios que enfrentamos são reais, e o futuro é sempre incerto, mas as perspectivas melhoraram", completou.
Depois de revisar (2,7%), no mês passado, suas previsões de crescimento mundial para 2023, o Fundo Monetário Internacional (FMI) agora projeta um avanço de 2,9% este ano.
* AFP