O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, chamou neste sábado (18) seu homólogo da Nicarágua, Daniel Ortega, de ditador, depois de expressar solidariedade aos opositores destituídos de sua nacionalidade nicaraguense.
"Um abraço fraterno a Gioconda, Ramírez, Sofía, Carlos e todos aqueles de quem Ortega buscou retirar a nacionalidade nicaraguense", escreveu Boric no Twitter.
Ele destaca os escritores Gioconda Belli e Sergio Ramírez, a ativista feminista Sofía Montenegro e o jornalista Carlos Fernando Chamorro Barrios.
"O ditador não sabe que a pátria está em seus corações e em suas ações, e não se priva por decreto. Eles não estão sozinhos!", concluiu o mandatário.
A chancelaria chilena já havia manifestado na quinta-feira sua condenação à decisão do governo Ortega de retirar a nacionalidade de 94 opositores nicaraguenses no exílio.
"Cada dia mais" a Nicarágua se torna "uma ditadura totalitária, onde qualquer tipo de dissidência é perseguida", disse na época a chanceler Antonia Urrejola.
O Chile é o primeiro governo de esquerda da América Latina a condenar abertamente as medidas do presidente da Nicarágua.
Com a decisão de retirar a nacionalidade desses opositores, o governo Ortega os inabilitou para sempre para o exercício de cargos públicos.
O governo espanhol se ofereceu para naturalizar esses opositores e outros 222 presos políticos nicaraguenses que foram libertados e deportados para os Estados Unidos na semana passada.
Os Estados Unidos, a ONU e diversas ONGs denunciaram as medidas de Ortega, no poder desde 2007 e sucessivamente reeleito em eleições questionadas.
* AFP