O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse nesta segunda-feira (23) que seu país pedirá permissão a Berlim para entregar à Ucrânia tanques de assalto Leopard, de fabricação alemã, para combater a invasão russa.
"Vamos pedir esse acordo, mesmo que seja uma questão secundária", disse Morawiecki à imprensa.
"Mesmo que não consigamos o acordo deles, daremos nossos tanques à Ucrânia, juntamente com outros países, no âmbito de uma pequena coalizão, mesmo que a Alemanha não faça parte dela", acrescentou o primeiro-ministro.
A Polônia disse que está disposta a entregar 14 tanques Leopard para a Ucrânia e afirmou que está em negociações com 15 países.
A Alemanha enfrenta uma pressão crescente para fornecer tanques pesados Leopard à Ucrânia, que os reivindica insistentemente, ou para autorizar que os principais tanques de batalha alemães mantidos por países terceiros sejam exportados para Kiev.
Em uma entrevista no domingo (22), a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que seu país está disposto, apesar da relutância do chefe de Governo, o chanceler Olaf Scholz, em tomar uma posição.
O primeiro-ministro polonês estimou que a Alemanha tem "mais de 350 Leopards em operação" e cerca de 200 em "armazenamento".
Baerbock afirmou que seu país não se "oporia" à disposição da Polônia de fornecer tanques Leopard à Ucrânia, se Varsóvia pedir autorização.
"Se eles levantassem o assunto conosco, não nos oporíamos", declarou a ministra do partido Verdes, que governa em coalizão com os sociais-democratas e liberais de Scholz.
"Por enquanto, o assunto não foi levantado" pela Polônia, que deve fazer um pedido oficial, disse a ministra, entrevistada em Paris pelo canal francês LCI no domingo.
A decisão final cabe ao chanceler. Até agora, Scholz se recusou a se pronunciar sobre entregas indiretas, ou seja, de material que países terceiros possuem que precisa da autorização da Alemanha para ser transferido, ou sobre o envio dos estoques de Berlim.
* AFP