Dezenas de iranianos se reuniram neste domingo em frente à embaixada francesa em Teerã para protestar contra as caricaturas do líder supremo da República Islâmica no semanário satírico Charlie Hebdo.
A revista publicou desenhos do aiatolá Ali Khamenei na quarta-feira em apoio às manifestações no Irã provocadas pela morte sob custódia policial de Mahsa Amini, detida por supostamente não cumprir o rígido código de vestimenta do país.
O Irã alertou a França sobre desenhos "insultuosos" e "indecentes", que apareceram em uma edição especial para marcar o aniversário do ataque mortal de 2015 à sede do semanário em Paris.
Os manifestantes, a maioria estudantes de seminários religiosos, reuniram-se em frente à embaixada no centro da capital e atearam fogo a várias bandeiras francesas, apuraram os jornalistas da AFP.
Agitando bandeiras iranianas, eles seguravam fotos de Khamenei e faixas com as frases: "Sacrificarei minha vida pelo líder" e "Que vergonha para o Charlie Hebdo".
"Vim para apoiar minha revolução, meu líder", disse Karim Heydarpour, um seminarista de 17 anos.
Manifestações semelhantes foram realizadas na cidade sagrada de Qom, 128 quilômetros ao sul de Teerã, informou a emissora estatal.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanani, garantiu neste domingo que a liberdade de expressão não deve ser usada como pretexto para "insultar" a religião.
A França deve observar os "princípios fundamentais das relações internacionais - chamados respeito mútuo e não interferência nos assuntos internos um do outro", disse ele.
Na quinta-feira, o Irã anunciou que estava fechando o Instituto Francês de Pesquisa com sede em Teerã como "um primeiro passo" em resposta às charges, depois de convocar o embaixador francês para expressar seu protesto contra a publicação.
Localizado no centro da capital, o centro já estava fechado há anos, mas reabriu entre 2013 e 2021 sob a presidência do moderado Hassan Rouhani como sinal de reaproximação das relações bilaterais.
* AFP