O Equador registrou quatro jornalistas assassinados e outro desaparecido em 2022, quando houve 356 agressões contra profissionais de comunicação, um recorde desde 2017, informou, nesta quinta-feira (5), a ONG Fundamedios, que promove a liberdade de imprensa.
O ano passado foi "letal para o jornalismo equatoriano, com 356 agressões", destacou a organização, ao divulgar seu relatório anual sobre a liberdade de expressão em 2022, denominado "El periodismo ecuatoriano, blanco del crimen organizado" (O jornalismo equatoriano, alvo do crime organizado).
"Em comparação com o ano anterior (289 agressões), foi registrado um aumento de 67 agressões contra a imprensa reportadas pela Fundamedios", acrescentou. A ONG registrou 491 agressões em 2016.
"As agressões ocorrem em um ambiente hostil para a imprensa", destacou a Fundamedios, que registrou em 2022 o homicídio de três jornalistas em circunstâncias ainda não esclarecidas, o feminicídio de uma repórter e o desaparecimento de outro.
Também houve ataques e ameaças de morte contra jornalistas e atentados dirigidos a instalações de meios de comunicações.
O Equador enfrenta uma onda de violência alimentada pelo narcotráfico.
Quadrilhas disputam o poder violentamente dentro dos presídios, onde chacinas entre detentos deixaram mais de 400 mortos desde 2021, e nas ruas, onde têm aparecido corpos decapitados e pendurados nas pontes, como fazem os cartéis no México.
"Além do crime organizado, a onda de delinquência comum que assola o Equador também afeta o jornalismo", acrescentou a Fundamedios.
A organização indicou que "repórteres têm sido atacados durante transmissões ao vivo e começa a ficar evidente a existência de 'zonas silenciadas', onde equipes de imprensa não podem entrar por medo de serem atacadas".
* AFP