Um cargueiro que transportava milho ucraniano e que encalhou no Canal de Suez nesta segunda-feira (9) voltou a flutuar rapidamente, sem afetar o tráfego nesta via marítima por onde transitam 10% do comércio mundial.
"O 'M/V Glory' foi liberado pela Autoridade do Canal de Suez" depois de "encalhar quando se juntava a um comboio perto de Al-Qantara, próximo à cidade de Ismailia, no nordeste do Egito", informou a agência marítima norueguesa Leth.
"O tráfego continua com normalidade", acrescentou o presidente da Autoridade do Canal, Oussama al Rabie.
"Apenas pequenos atrasos são esperados", disse a Leth.
Com capacidade de carga de 41 mil toneladas, segundo as autoridades do canal, o 'M/V Glory' saiu da Turquia e seguia para a China, transportando milho ucraniano.
O navio partiu em 25 de dezembro de Chornomorsk, cidade portuária perto de Odessa, como parte do acordo firmado em julho passado entre a ONU, Kiev e Moscou sobre a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro.
O navio com bandeira das Ilhas Marshall foi "resgatado por quatro rebocadores", disse Rabie.
O Canal de Suez é essencial para o Egito, atualmente atingido por uma crise econômica que fez a moeda nacional perder 75% de seu valor em menos de um ano. Esta hidrovia é uma das principais fontes de divisas para o país, proporcionando uma receita de mais de US$ 7 bilhões por ano.
Cerca de 10% do comércio marítimo mundial passa pelo Canal de Suez.
Em março de 2021, o porta-contêineres "Ever Given" ficou atolado em um banco de areia, bloqueando o tráfego por quase uma semana. A operação de reboque durou seis dias e custou a vida de um funcionário da Autoridade do Canal de Suez.
O Egito perdeu entre US$ 12 milhões e US$ 15 milhões por dia de fechamento, enquanto as seguradoras estimaram uma perda de bilhões de dólares por dia para o comércio marítimo global.
Em setembro, o petroleiro "Affinity V" bloqueou brevemente o Canal de Suez, depois que "uma avaria técnica" fez o navio perder o controle, conforme as autoridades do canal.
O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, aprovou um projeto para ampliar e aprofundar a parte sul do canal, onde o "Ever Given" ficou preso.
* AFP