O presidente da Autoridade do Canal de Suez (SCA, sigla em inglês), Osama Rabie, teve que se manifestar nesta quinta-feira (22) a respeito das preocupações sobre a soberania egípcia nesta via navegável, após o surgimento de um projeto de lei em debate no Parlamento.
O Parlamento debateu na terça-feira um projeto de lei proposto pelo governo, que visa criar um fundo soberano capaz de "realizar todas as atividades econômicas e de investimento" necessárias para a Autoridade do Canal de Suez.
A formulação do projeto gerou grande debate nas redes sociais, com muitos temendo que o fundo venha a prejudicar a soberania do Estado egípcio sobre essa importante hidrovia.
Em uma tentativa de amenizar as preocupações, Rabie disse que o canal não estava "à venda" e não poderia ser "alugado ou dado como garantia para um empréstimo" do Estado.
O objetivo da norma é permitir o investimento em "grandes projetos", acrescentou.
O economista Hani Tawfiq sugeriu em um post no Facebook que o objetivo do fundo soberano proposto provavelmente seria "trocar a dívida do Estado por títulos emitidos pelo fundo (e) garantidos pela receita do Canal de Suez".
O canal responde por cerca de 10% do comércio marítimo mundial e é uma fonte vital de divisas para o Egito, um país devastado pela crise econômica.
O Egito está sufocado por uma dívida externa de US$ 150 bilhões, enquanto a libra egípcia, moeda do país, sofreu uma desvalorização de 57% desde março.
O país pediu ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que aprovou um empréstimo de US$ 3 bilhões de dólares em meados de dezembro.
* AFP