A agência europeia da guarda de fronteiras (Frontex) anunciou nesta quinta-feira (8) que irá examinar as acusações de que policiais búlgaros prenderam migrantes em uma jaula, após as Nações Unidas expressarem preocupação com as informações divulgadas.
Segundo uma investigação da imprensa europeia, os migrantes foram trancados em uma jaula na fronteira entre Bulgária e Turquia, "sob o olhar" de agentes da Frontex.
"A Frontex trata com seriedade qualquer denúncia de violações dos direitos fundamentais", assinalou a agência sediada em Varsóvia à AFP. "As informações que recebemos foram transmitidas ao escritório de direitos fundamentais da Frontex, que irá examinar as acusações", acrescentou.
A organização Lighthouse Reports divulgou a investigação nesta quinta-feira, juntamente com outros veículos europeus, como o jornal francês "Le Monde", que afirma dispor de vídeos da instalação e que, entre outubro e novembro, 34 migrantes foram colocados nessa jaula.
O Le Monde ouviu quatro homens - sírios e afegãos - que afirmaram terem sido presos nesse local após tentarem entrar na Bulgária. Segundo o jornal, os vídeos mostram um carro da Frontex próximo à jaula, na cidade búlgara de Sredets.
A Frontex registrou 10 "incidentes graves" que supostamente ocorreram na fronteira entre Bulgária e Turquia desde o ano passado, segundo a agência europeia.
A agência da ONU para os refugiados (Acnur) destacou que seus representantes não assistiram às imagens, mas ficaram "profundamente preocupados com essas acusações". "Pedimos aos Estados envolvidos que investiguem as acusações de violações e abusos", informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
"A Acnur está disposta a apoiar os Estados e a Comissão Europeia na implementação de mecanismos de vigilância independentes para monitorar e investigar estes incidentes", assinalou a agência.
* AFP