Luis Fernando Camacho, governador opositor da região de Santa Cruz, locomotiva econômica da Bolívia, foi detido, nesta quarta-feira (28), pela polícia por ordem de um procurador, informou o ministro do Governo (Interior), Eduardo del Castillo.
"Informamos ao povo boliviano que a Polícia Boliviana cumpriu a ordem de apreensão contra o senhor Luis Fernando Camacho", disse Castillo, sem informar os crimes dos quais é acusado.
Camacho tem investigações contra si: uma por ser considerado como peça-chave na renúncia de Evo Morales à presidência em 2019 e outra por promover entre outubro e novembro deste ano protestos regionais para adiantar um censo populacional marcado para 2024.
Consultado pela AFP sobre as causas da detenção, o Ministério do Governo não respondeu.
De acordo com a imprensa local, o governo da região mais povoada da Bolívia foi transportado até o aeroporto de Santa Cruz, a fim de ser levado a La Paz.
"Nesse momento, o paradeiro do governador é desconhecido, pelo que responsabilizamos o governo do presidente Luis Arce pela segurança física e pela vida do governador", disse o gabinete do governador desta região em um comunicado.
Além disso, indicou que "o governador de Santa Cruz foi sequestrado, em uma operação policial totalmente irregular e levado em direção desconhecida".
Depois de saber da prisão de Camacho, dezenas de seus apoiadores lotaram os dois aeroportos de Santa Cruz: o internacional de Viru Viru e o doméstico de Trompillo.
Gritavam que não permitiriam a transferência de Camacho para La Paz e exigiam sua libertação, segundo imagens do canal de televisão Unitel.
Camacho é um dos principais líderes de direita e comanda a segunda força política da oposição no Parlamento, Creemos, atrás do partido Comunidad Ciudadana (CC), do ex-presidente Carlos Mesa.
O Movimiento Al Socialismo (MAS), liderado pelo presidente esquerdista Luis Arce e seu mentor, Evo Morales, é a principal força legislativa.
* AFP