A Indonésia acolhe a partir de terça-feira (15) a cúpula de líderes do G20. O evento acontece em Bali e um esquema de segurança sem precedentes foi montado na 'ilha dos deuses', que já foi alvo de atentados e onde as catástrofes naturais são recorrentes.
Até 17 chefes de Estado e de governo discutirão soluções para uma série de crises mundiais neste paraíso turístico do Sudeste Asiático.
Entre as ausências de destaque estão o presidente russo, Vladimir Putin, que será representado por seu ministro de Relações Exteriores, assim como Jair Bolsonaro, derrotado por Lula no segundo turno das eleições presidenciais em 30 de outubro, e o líder mexicano Andrés Manuel López Obrador.
Bali vem se preparando há meses para acolher as 20 delegações nacionais, assim como altos responsáveis de ONU, Fifa e Comitê Olímpico Internacional (COI), e garantir condições de segurança 20 anos depois de um atentado que deixou más de 200 mortos na ilha.
"Eu inspecionei todos os detalhes [...] Verificamos tudo e quero anunciar que estamos preparados para receber nossos convidados para o G20", indicou o presidente indonésio Joko Widodo esta semana.
Para o único país do Sudeste Asiático no G20, a chegada de milhares de participantes representa um impulso bem-vindo para o setor turístico, bastante prejudicado pela pandemia de covid-19.
A operação de segurança em Bali, batizada de "Puri Agung", prevê a mobilização de 18.000 militares e policiais em Nusa Dua, na zona sul da ilha.
Os chefes de Estado e de governo ficarão alojados em cerca d 20 hotéis, entre eles o Apurva Kempinsky, que sediará a cúpula. Todo o perímetro estará sob proteção militar e a polícia ficará responsável pela segurança externa.
As autoridades indonésias também se coordenaram com os responsáveis de segurança de China e Estados Unidos, e assinalaram que vão cooperar a nível de inteligência com as delegações.
Além das questões envolvendo a segurança, o risco de catástrofes naturais também deixa as autoridades em alerta, pois Bali fica no chamado Cinturão de Fogo do Pacífico, uma zona de choque entre placas tectônicas com terremotos e erupções vulcânicas frequentes. A Indonésia conta com quase 130 vulcões, três deles em Bali.
Assim, 1.500 integrantes das forças de segurança estão mobilizados para potenciais evacuações em caso de catástrofe natural, e a polícia preparou toda uma gama de veículos e helicópteros para evacuar os dirigentes.
As autoridades balinesas também restringiram a mobilidade na ilha com a suspensão de cerimônias religiosas e tradicionais durante a cúpula, e muito moradores receberam ordens para trabalhar e estudar remotamente.
* AFP