Uma americana que acusou publicamente o ex-marido saudita de impedir que sua filha saia da Arábia Saudita anunciou nesta quarta-feira (9) que foi libertada, após ter sido brevemente detida pelas autoridades do reino ultraconservador.
Carly Morris foi detida e ainda não se sabe o paradeiro de sua filha Tala, de oito anos, afirmou na terça-feira à noite a Freedom Initiative, uma ONG com sede em Washington.
Mas ao ser procurada pela AFP nesta quarta-feira, Morris afirmou que foi libertada.
"Fui libertada da prisão ontem à noite", disse ela. "Fiquei detida por dois dias (...) por causa dos meus tuítes", acrescentou.
Em uma mensagem de voz enviada à AFP via Whatsapp, Morris disse que sua filha estava segura, mas acusou o ex-marido de levar todos os seus pertences de seu quarto no hotel.
Carly Morris viajou para a Arábia Saudita em 2019 para que o pai de sua filha pudesse ver a menina.
Logo após mãe e filha desembarcarem na capital Riade, o ex-marido confiscou seus passaportes e, em seguida, iniciou o processo de obtenção da nacionalidade saudita para a menina, com o objetivo de impedi-la de deixar o país.
Desde então, Carly Morris vive uma provação sem fim. Como outros estrangeiros que tiveram filhos com sauditas, Morris luta contra a discriminação contra as mulheres no direito de família do reino.
Em setembro, Morris recebeu uma intimação da Promotoria saudita informando que ela era alvo de uma investigação por "perturbação da ordem pública" relacionada, segundo ela, à publicação de mensagens nas redes sociais para denunciar sua situação.
Ela também foi proibida de deixar o país, de acordo com uma notificação por e-mail à qual a AFP teve acesso.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou que a embaixada dos EUA em Riad está "acompanhando muito de perto" este caso.
* AFP