O representante da ONU para refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein, pediu nesta quarta-feira (12) o "apoio urgente" da comunidade internacional para ajudar os países latino-americanos e caribenhos que enfrentam o "maior movimento forçado de pessoas da história do subcontinente", durante uma visita ao Panamá.
O chamado foi feito em um momento de explosão no fluxo de migrantes venezuelanos para os Estados Unidos pela perigosa selva de Darién, fronteira entre Colômbia e Panamá.
"Enquanto o mundo enfrenta inúmeras crises humanitárias, os venezuelanos e suas comunidades anfitriãs não devem ser esquecidos", disse Stein durante a apresentação de um estudo que alertou para a situação precária sofrida pelos migrantes da Venezuela.
"Os países receptores têm demonstrado liderança contínua na resposta à crise, estabelecendo medidas e iniciativas de regularização e facilitando o acesso à saúde, educação e outros serviços sociais. No entanto, suas capacidades estão no limite e exigem apoio internacional urgente", apontou.
Apesar dos esforços, dos 5,9 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos acolhidos em 17 países da América Latina e do Caribe, 4,3 milhões - três quartos - enfrentam dificuldades de acesso a alimentação, moradia, saúde e emprego estável, destacou o estudo.
O relatório foi apresentado pela Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes (R4V), composta por mais de 200 organizações, incluindo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De 2.800 casos no ano passado, o número de venezuelanos que transitaram por Darién disparou para mais de 114.000 em 2022.
* AFP