As monarquias árabes do Golfo denunciaram neste sábado (29) os comentários de uma ministra alemã, que declarou que o Catar não deve sediar a Copa do Mundo de futebol no final de novembro.
Na sexta-feira, as autoridades do Catar convocaram o embaixador alemão em Doha para "protestar" contra as declarações "inaceitáveis e provocativas" da ministra do Interior, Nancy Faeser, que criticou o histórico do pequeno emirado do Golfo em direitos humanos.
"O Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) apoia o Catar contra qualquer interferência em seus assuntos internos por meio de alegações que não favorecem as relações diplomáticas", disse Nayef al-Hajraf, secretário-geral desta aliança político-econômica dominada Arábia Saudita e que inclui Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar e Omã.
Em entrevista ao consórcio de radiodifusão ARD transmitida na quinta-feira, a ministra alemã disse que "a organização desta competição para o Catar é muito delicada".
"Existem critérios que devem ser respeitados e é melhor que competições (deste calibre) não sejam atribuídas a Estados assim", acrescentou a ministra, que deveria viajar ao Catar na segunda-feira com o presidente da Federação Alemã de Futebol.
O emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, denunciou na terça-feira uma campanha "sem precedentes" contra a organização da Copa do Mundo, denunciando "calúnias" menos de um mês antes do início deste evento planetário.
"Desde que tivemos a honra de sediar a Copa do Mundo, o Catar foi alvo de uma campanha sem precedentes que nenhum outro país anfitrião sofreu", disse ele durante um discurso perante o conselho legislativo em Doha.
Para o ministro das Relações Exteriores do Catar, a realização da primeira Copa do Mundo em um país árabe é "justiça para uma região que há décadas sofre com um estereótipo injusto".
* AFP