Uma pessoa morreu neste sábado (22) na Bolívia durante confrontos de rua entre simpatizantes do governo e opositores, no primeiro dia de uma greve no departamento de Santa Cruz para exigir que o governo antecipe em um ano o censo da população previsto para 2024.
"Tivemos nossa primeira vítima da greve (...) em Puerto Quijarro", cidade fronteiriça com o Brasil, disse a vice-ministra de Comunicação, Gabriela Alcón.
"Condenamos a violência exercida durante uma pralisação cívica que causou a irreparável perda de uma vida humana em Puerto Quijarro", afirmou o presidente Luis Arce no Twitter.
A cidade, fronteiriça com o Brasil e de 20.000 habitantes, registrou confrontos de rua entre civis da oposição e governistas com pedras, pedaços de madeira e fogos de artifício, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.
Grupos de opositores ao governo do presidente esquerdista Luis Arce chegaram a Puerto Quijarro para bloquear uma ponte, mas moradores locais que reprovam a manifestação conseguiram desbloquear a estrada.
Pablo Taborga, que era contrário ao bloqueio, teria sido agredido no incidente. Ele foi internado em um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos.
Santa Cruz decidiu organizar os protestos há mais de duas semanas para exigir a antecipação do censo.
O comitê cívico departamental, uma grupo civil e empresarial, pressiona o governo para decretar um censo no próximo ano.
O censo foi usado na Bolívia como base para a distribuição de cadeiras no Congresso e de recursos econômicos públicos de acordo com a população.
Santa Cruz, o departamento mais populoso da Bolívia, tem acesso a recursos econômicos e um número de deputados no Congresso com base em um censo organizado há mais de 10 anos, mas alega que os dados estão desatualizados e que deveria receber mais verbas.
Neste sábado foi iniciado um diálogo entre o comitê cívico e o governo em uma tentativa de superar as divergências.
* AFP