A justiça chilena condenou nesta quinta-feira (1º) um policial que disparou uma bomba de gás lacrimogêneo que cegou a senadora Fabiola Campillai durante as manifestações multitudinárias de 2019.
Patricio Maturana, ex-capitão da polícia, foi declarado culpado de disparar uma bomba lacrimogênea que acertou o rosto de Campillai, que estava em um ponto de ônibus no momento em que foi alvejada.
De acordo com os relatórios médicos, a senadora sofreu o estouro dos globos oculares, um traumatismo cranioencefálico com fraturas nos ossos do rosto e do crânio, deixando-a cega e sem olfato ou paladar.
"A justiça foi feita", expressou a senadora em um vídeo divulgado nas redes sociais, onde é possível vê-la emocionada abraçada com outra mulher diante da imprensa.
A decisão contra Maturana é em primeira instância e a leitura da sentença será realizada em 10 de outubro. O Ministério Público chileno pediu 12 anos de prisão para o policial.
Campillai tornou-se uma das vítimas mais visíveis da violência policial durante a revolta social que começou em 18 de outubro de 2019, na qual 34 pessoas morreram e 460 ficaram mutiladas por projéteis ou bombas de gás lacrimogêneo lançadas por agentes da polícia, segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos.
Em 2021, Campillai foi eleita senadora ao ganhar um assento na Câmara Alta como candidata independente.
A Anistia Internacional classificou a decisão como "um avanço na proteção e no reconhecimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos".
O estudante Gustavo Gativa também ficou cego após ser alvo de disparos de projéteis nos olhos durante uma manifestação.
* AFP