Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (20), em Santiago, a favor e contra o projeto da nova Constituição, a 15 dias do plebiscito em que mais de 15 milhões de chilenos vão decidir se aprovam uma nova Carta Magna.
A multitudinária marcha "aprovo pelo direito a uma moradia digna", convocada por movimentos sociais, tomou o centro da capital chilena com manifestantes que gritavam e exibiam bandeiras de etnias como a Whipala dos povos andinos, em apoio à opção 'Aprovo' a nova Constituição.
O projeto de Carta Magna foi redigido durante um ano por uma Convenção Constitucional de 154 membros e busca substituir a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) por uma que reconheça novos direitos e formas de organização nacional e estadual.
"Este 4 de setembro no Chile vamos viver um momento histórico porque temos a possibilidade de deixar para trás a Constituição do tirano, a Constituição de Pinochet", disse à AFP Karina Nohales, uma das porta-vozes da manifestação.
Dezenas de apoiadores do 'Aprovo' também se manifestaram em uma caravana de bicicletas por Santiago, enquanto no modesto município de La Pintana, preparou-se uma convocação denominada "Apruebazo" (Aprovaço).
No município de Puente Alto, ao sul de Santiago, uma concentração de mulheres com bandeiras chilenas e faixas que diziam "Assim não, eu rejeito!" manifestaram-se a favor da opção 'Rejeito' o projeto de Constituição, que para elas não representa todos os chilenos.
"Se o 'Rejeito' vencer, como achamos que vai acontecer, os que vão realizar uma nova reforma constitucional finalmente têm que entrar em acordo, este projeto de Constituição é ruim", disse a direitista Carol Bown, ex-membro da Convenção Constitucional.
Outros apoiadores do 'Rejeito' chegaram com bandeiras e cartazes à Praça Itália, epicentro dos protestos em Santiago, para se manifestar.
O Chile enfrenta uma campanha eleitoral dura e com muita desinformação, principalmente nas redes sociais, mas também com pesquisas que atribuem a vitória à opção 'Rejeito' a nova Carta Magna.
"Vou apostar em um Chile que se une por uma nova Constituição, ganhando o Aprovo ou o Rejeito", disse, enquanto isso, o presidente Gabriel Boric.
A pesquisa casa Pública Cadem, uma das mais respeitadas do Chile, dá como ganhadora a opção Rejeito (46%) frente à Aprovo (37%), enquanto a Pulso Ciudadano atribui 45,8% ao Rejeito e 32,9% ao Aprovo.
Neste sábado foram divulgadas as últimas pesquisas sobre o plebiscito, pois a lei eleitoral proíbe publicá-las 15 dias antes da votação.
* AFP