As autoridades rebeldes da região do Tigré, na Etiópia, formaram uma equipe para negociar um acordo de paz. O governo federal seguiu o mesmo caminho, anunciou um de seus porta-vozes nesta segunda-feira (18).
No dia 14 de julho, um dia após a primeira reunião de seu próprio comitê de negociação, o governo federal da Etiópia, em guerra desde novembro de 2020 contra os insurgentes do Tigré, acusou-os de "não ter tomado nenhuma medida em favor da paz".
Até o momento, nenhuma data, lugar ou estrutura para essas futuras negociações, mencionadas pela primeira vez em meados de junho pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed, foram definidas.
Ambos os lados continuam discordando sobre o futuro mediador. Enquanto o governo federal quer discutir sob os auspícios da União Africana (UA), os rebeldes exigem uma mediação do presidente queniano Uhuru Kenyatta.
"Estamos dispostos a enviar uma delegação para Nairóbi (Quênia) e formamos uma equipe composta por membros do alto escalão", declarou na sexta-feira (15) Getachew Reda, porta-voz dos rebeldes, sem mais detalhes sobre a identidade dos rebeldes.
"Seria totalmente irresponsável para nós deixar todo o processo de negociação nas mãos da UA", acrescentou o porta-voz, reiterando que qualquer debate deve envolver Kenyatta, ativamente em busca de um acordo de paz nos últimos meses.
Os rebeldes, da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), partido que governou a Etiópia durante quase três décadas até 2018, denunciam a "proximidade" do mediador da UA, o nigeriano Olusegun Obasanjo, com o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed.
* AFP