A junta militar do Mali expressou nesta segunda-feira satisfação com o levantamento das "sanções ilegais e desumanas" impostas em janeiro por países da África ocidental após dois golpes de Estado no país.
O governo controlado por militares ressaltou que recebe "com satisfação uma convergência de opiniões que nos permitiu alcançar um acordo" para levantar o embargo contra o Mali, e agradeceu à população do país por seu "sacrifício e resiliência" diante de "sanções ilegais, ilegítimas e desumanas" aplicadas pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).
Bamako também exaltou a "solidariedade ativa" dos vizinhos Guiné e Mauritânia, cujos territórios e portos lhe permitiram driblar o embargo. Ambos os países autorizaram que o Mali evitasse Dacar e Abidjan, por onde costumam transitar os produtos destinados ao país, que não possui saída para o mar.
Líderes da Cedeao levantaram ontem as sanções comerciais e financeiras impostas em janeiro ao Mali após os golpes militares de agosto de 2020 e maio de 2021. Os militares cederam às demandas da Cedeao ao publicarem recentemente uma nova lei eleitoral e um calendário que inclui eleições presidenciais em fevereiro de 2024.
Algumas sanções, no entanto, permanecem, e o Mali continua suspenso dos órgãos da Cedeao até que a ordem constitucional seja restabelecida.
A crise política no Mali é acompanhada de uma grave crise de segurança desde 2012, com a explosão de insurgências separatistas e jihadistas no norte do país.
* AFP