O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazimi, decretou um dia de luto nacional nesta quinta-feira (21), um dia após os disparos de artilharia atribuídos à Turquia que mataram nove pessoas em um parque na região do Curdistão (norte).
Os nove caixões foram transportados em avião militar de Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, para Bagdá, capital do país, onde foram recebidos por Kazimi.
As vítimas eram principalmente "turistas árabes iraquianos do centro e sul do país" que geralmente fogem das altas temperaturas para encontrar um pouco de frescor nas alturas do Curdistão autônomo, que faz fronteira com a Turquia.
A Turquia, que instalou várias dezenas de bases militares durante 25 anos no Curdistão iraquiano, lança regularmente operações contra os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no norte do Iraque, que classifica como grupo "terrorista".
Acusada pelo Iraque, a Turquia negou na quarta-feira qualquer responsabilidade pelos disparos de artilharia. Em sua conta no Twitter, a embaixada turca ofereceu suas condolências "pelos irmãos iraquianos mortos pela organização terrorista PKK".
Nesta quinta-feira, perto de um centro de entrega de vistos turco em Bagdá, colocado sob forte guarda policial, várias dezenas de manifestantes exigiram a expulsão do embaixador turco, segundo um fotógrafo da AFP.
"Basta à Turquia e à embaixada!", declarou Ali Yassin, um manifestante.
Manifestações semelhantes eclodiram em todo o país no dia anterior, em Kirkuk, ao norte de Bagdá, e em Kerbala e Najaf, grandes cidades xiitas ao sul da capital, onde bandeiras turcas foram queimadas e pisoteadas.
Bagdá endureceu o tom exigindo a retirada das forças armadas turcas de todo o território iraquiano.
O Iraque também anunciou "a retirada do encarregado de negócios iraquiano em Ancara para consultas e a suspensão dos procedimentos para enviar um novo embaixador à Turquia", segundo um comunicado oficial.
* AFP