A negociação entre o governo panamenho e as organizações que promovem os protestos no Panamá contra o aumento do custo de vida e a corrupção avançou lentamente, neste domingo (24), em meio à abertura temporária de algumas estradas.
Os representantes do governo e os manifestantes ainda discutem o primeiro dos oito temas do diálogo, que acontece em Penonomé, 150 quilômetros a sudoeste da Cidade do Panamá.
"Declaramos e reiteramos que o governo nacional tem a vontade de continuar dialogando e chegar aos acordos correspondentes nesta mesa", disse a ministra do Trabalho e Desenvolvimento Trabalhista, Doris Zapata, presente nas conversas, que são transmitidas pelo canal estatal SerTV.
Até o momento, o governo de Laurentino Cortizo concordou em reduzir o preço de 69 itens da cesta básica, incluindo alimentos e itens de higiene, com os quais o Executivo pretende reduzir em 30% o custo dos bens básicos.
Até agora, o governo concordou em baixar o preço de 18 produtos da cesta básica. Também reduziu o preço do combustível de US$ 5,20 por galão (3,78 litros) para US$ 3,25.
No entanto, os sindicatos pedem para regular os preços de 82 produtos e limitar a margem de lucro de empresas e intermediários, medida que o governo rejeita.
As negociações acontecem desde quinta-feira, após três semanas de protestos e bloqueios de estradas, na pior crise social desde a invasão americana de 1989.
Os representantes dos manifestantes também reivindicam o investimento de 6% do PIB em educação pública e abordar o futuro do sistema de saúde estadual. Também pedem medidas contra a corrupção e o desperdício de recursos públicos.
As discussões acontecem em meio à abertura temporária de algumas rotas, que foram bloqueadas por protestos.
"Se vocês percebem, ontem (sábado) as ruas estavam abertas, fizemos contato com os companheiros para que de forma conjunta fosse dada a oportunidade para que esse diálogo fluísse", disse Luis Sánchez, um dos porta-vozes dos manifestantes.
O fechamento da rodovia Pan-Americana, que liga o Panamá à Costa Rica e é a principal rota de comércio e transporte de mercadorias em todo o país, causou escassez de alimentos e combustíveis.
* AFP