As tropas americanas capturaram, nesta quinta-feira (16), um líder do grupo Estado Islâmico (EI) em uma operação no norte da Síria, informou a coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate a organização terrorista.
A coalizão antijihadista, que está implantada na Síria e no Iraque, apresentou o líder como um "experiente fabricante de explosivos", além de um dos principais líderes do EI na Síria.
Uma responsável da coalizão indicou que se trata de Hani Ahmed Al-Kurdi, ex-líder do EI em Raqa, antigo reduto do grupo jihadista no norte da Síria.
Moradores disseram à AFP que o homem capturado havia chegado recentemente ao vilarejo vindo de Raqa.
A operação ocorreu na cidade de Al-Humaira, na província de Aleppo, a quatro quilômetros da fronteira com a Turquia.
De acordo com Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "o homem capturado é uma figura de liderança no EI".
"Dois helicópteros pousaram perto da localidade e houve troca de tiros" no vilarejo, que é formado por cerca de trinta casas, explicou o responsável.
De acordo com a declaração da coalizão antijihadista, a missão foi "meticulosamente planejada para minimizar o risco de danos colaterais, particularmente qualquer dano a civis".
Vários helicópteros voaram para Al-Humaira durante a noite, disse um correspondente da AFP.
A operação durou apenas alguns minutos, mas depois os helicópteros sobrevoaram a região controlada por grupos rebeldes leais à Turquia.
Quando partiram, "fomos à casa e encontramos as mulheres com as mãos amarradas e as crianças do lado de fora. As mulheres nos disseram que as forças (dos EUA) haviam levado um jovem chamado Fawaz", disse um morador local, Mohamed Yussef, à AFP.
Outros moradores disseram que seis mulheres, três homens jovens e um idoso moravam na casa.
Segundo testemunhas, após a captura, outros dois jovens foram presos por um grupo de rebeldes sírios aliados aos soldados turcos.
Depois de perder o último território sob seu controle em 2019 devido à ofensiva da coalizão, os remanescentes do EI na Síria se retiraram para esconderijos no deserto.
A partir dessas posições, preparam emboscadas para as forças curdas ou tropas do governo sírio e continuam a lançar ataques no Iraque.
O antigo líder do grupo, Abu Ibrahim al-Qurashi, foi morto no início de fevereiro quando detonou uma bomba para evitar sua captura durante uma operação dos EUA no noroeste da Síria, informou a Casa Branca na época.
O grupo prometeu vingança e um porta-voz recentemente encorajou seus apoiadores a retomar seus ataques na Europa aproveitando a "oportunidade" de que a atenção do continente está na guerra na Ucrânia.
A morte de Al-Qurashi foi o maior revés para o EI desde que seu antecessor mais conhecido, Abu Bakr al-Baghdadi, foi morto em 2019 por um comando americano.
Por enquanto, pouco se sabe sobre o novo líder, Abu Hassan al-Hashemi al-Qurashi, o terceiro do grupo desde seu nascimento.
* AFP