Os 73 deputados da coligação do atual líder xiita Moqtada Sadr, o maior bloco do parlamento iraquiano, apresentaram sua renúncia neste domingo (12), uma decisão para pressionar pela formação de um governo, paralisada desde as eleições legislativas de 2021.
"Aceitamos relutantemente as exigências de nossos irmãos e irmãs, representantes do bloco sadrista, de renunciar", anunciou o presidente do Parlamento, Mohamed Al Halbussi, no Twitter, depois de receber as cartas de renúncia dos 73 representantes eleitos de Moqtada Sadr.
O próprio líder xiita havia pedido, na quinta-feira, que seus deputados "preparassem" sua renúncia.
Segundo o cientista político iraquiano Hamzeh Haddad, "o Parlamento ainda precisa ratificar" essas renúncias "por maioria absoluta" para que sejam efetivas.
A decisão destaca o impasse político no Iraque, onde, desde 2003 e da queda de Saddam Hussein, se arrastam as negociações entre os partidos para formar um governo e nomear um primeiro-ministro.
Desde as eleições legislativas antecipadas de outubro de 2021, das quais o movimento sadrista saiu vitorioso, os dois polos do xiismo - o de Moqtada Sadr e o chamado Quadro de Coordenação, pró-iraniano - continuam exigindo maioria no Parlamento e o direito de nomear o primeiro-ministro.
Na ausência de uma maioria clara e de consenso, o parlamento falhou três vezes este ano em organizar a eleição do Presidente, o primeiro passo antes da nomeação do primeiro-ministro e da formação do governo.
* AFP