O ataque no domingo contra uma igreja católica na Nigéria, executado por homens armados e com explosivos, deixou ao menos 21 mortos e 40 feridos, informou o governo local nesta segunda-feira (6).
Richard Olatunde, porta-voz do governo do estado de Ondo, afirmou que uma explosão com dinamite aconteceu dentro da igreja St Francis na cidade de Owo. A região geralmente não é afetada por ataques de jihadistas e dos grupos criminosos ativos em outras partes do país.
O ataque foi durante a celebração de uma missa de Pentecostes. Após a explosão, homens armados abriram fogo pelas janelas da igreja.
Nesta segunda-feira, um jornalista da AFP viu enormes manchas de sangue nos bancos e nas paredes da igreja, além de restos humanos no chão.
No domingo à tarde, o papa Francisco reagiu em um comunicado e afirmou que havia "tomado conhecimento do ataque na igreja de Ondo (...) e da morte de dezenas de fiéis, incluindo várias crianças, durante a celebração de Pentecostes" e que "rezava pelas vítimas e pelo país".
Ibukun Odunlami, porta-voz da polícia, disse à AFP que os agressores entraram na igreja com armas de fogo e explosivos.
Abayomi, testemunha do ataque, que não forneceu seu sobrenome, afirmou que pelo menos 20 fiéis foram assassinados: "Passava pelo bairro quando ouvi uma forte explosão e disparos no interior da igreja".
Ele disse que viu pelo menos cinco homens dentro do templo e que em seguida, fugiu para um lugar seguro.
O governador do estado de Ondo, Oluwarotimi Akeredolu, emitiu uma nota na qual pediu às forças de segurança que encontrem os autores deste ataque "satânico".
-Muitos focos de violência-
O ataque, que foi denunciado como um "odioso assassinato de fiéis" pelo presidente Muhammadu Buhari, não foi reivindicado por nenhum grupo.
O atentado ocorreu pouco antes de seu partido, o APC, lançar as primárias para designar um candidato para as eleições presidenciais de 2023.
A segurança é um desafio importante para o país mais populoso da África e a maior economia do continente.
Os ataques contra os locais religiosos têm um impacto particular e aumentam a tensão na Nigéria, de maioria cristã no sul e muçulmana no norte.
Há 12 anos, as forças de segurança enfrentam uma insurreição jihadista no nordeste do país, enquanto grupos criminosos cometem sequestros em grande escala na região noroeste. O centro e sudeste são alvos de grupos separatistas.
* AFP